Cientistas
chineses podem, segundo o site Technology Review do MIT, ter criado
primeira geração de bebês modificados geneticamente para se tornarem imunes ao HIV,
varíola e cólera, através da eliminação do gene chamado de CCR5. A
liderança do projeto é do cientista He Jiankui. Seriam os primeiros bebês, Lulu
e Nana, participantes de uma cirurgia genética como batizou He.
Segundo
o site, eles usaram uma tecnologia conhecida como CRISPR, que seria
barata e fácil de implantar, que pode modificar geneticamente um embrião para
evitar certas doenças como as que teriam sido feita em um casal de gêmeas.
A pesquisa de He foi anunciada na segunda-feira (26) e
causou uma resposta negativa por parte da comunidade científica internacional.
O
pesquisador chinês disse que editou os genes de gêmeos, que nasceram com
resistência à infecção por HIV. O estudo não foi publicado em revistas
científicas. Os nomes dos envolvidos – mãe, bebês, pesquisadores que
participaram – não foram divulgados.
He
diz que modificou os genes dos bebês com a ajuda do Crispr, técnica de edição genética que
é alvo de fortes debates éticos pelo mundo.
O
Crispr surgiu há seis anos e, desde então, revistas científicas e órgãos
internacionais debatem até onde podemos mexer no código genético humano. A
técnica de edição é simples e barata, e o que pode fazer, segundo a
"Science", uma revolução.
Os
cientistas descobriram como "recortar" uma parte do DNA com a ajuda
de uma enzima no sistema de defesa das bactérias. Os pesquisadores usam a Cas9
junto com um RNA "guia" para mudar a parte que é de interesse no DNA.
O anúncio do chinês que teria editado o DNA de
bebês causou protestos de cientistas ao redor do mundo. Segundo
especialistas, ele feriu a ética, as leis, a segurança, e tem consequências
imprevisíveis.
"No
momento em que a gente tiver certeza que o Crispr só atua naquele gene, então
ótimo — então vamos usar o Crispr e evitar os genes que estão criando problema.
O problema é que você, quando está editando um gene, pode estar alterando
outros genes aleatoriamente e não ter o controle disso. A gente ainda não
chegou nesse ponto ainda — estamos caminhando, mas ainda não chegamos lá",
afirmou a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa sobre o
Genoma Humano, da USP.
Esperamos que você tenha gostado desta informação! Caso queira debater ou tenha alguma dúvida referente ao assunto, será um prazer recebê-lo na sala de física, estamos lhe aguardando!